
É bom dizer de cara: Grandes Astros - Superman é um daqueles títulos que vão ser comentados por muitos e muitos anos, ganharão encadernados e serão cultuados por multidões de leitores.
Grant Morrison sempre disse em entrevistas que seu sonho era cuidar da série do Superman. E que tinha planos extraordinários para o personagem. Consta que, quando foi para a Marvel e assumiu os X-Men, foi justamente por conta da recusa da DC Comics em relação às suas propostas para o Homem de Aço. Só isso já bastaria para gerar grandes expectativas no leitor.
Some-se a isso o currículo do roteirista, que inclui, além dessa passagem brilhante por X-Men, a devastadora The Filth (inédita no Brasil), a revolucionária Os Invisíveis (que teve apenas um punhado de edições por aqui), a história pop Kill Your Boyfriend (que saiu no Brasil com o título Como Matar Seu Namorado, com perdas graves na tradução) e até a reformulação alucinante do Homem-Animal (na extinta DC 2000, da Abril), um personagem de segunda linha que se tornou um dos grandes títulos dos anos 90.
E não se pode deixar de lado todo o badalado lançamento norte-americano da série All Star, que promete grandes autores para grandes heróis - com total liberdade criativa e sem compromissos com a cronologia. Na série do Batman, lançada simultaneamente pela Panini, Frank Miller se une a Jim Lee. Já Morrison faz parceria com Quitely, com quem dividiu as páginas de X-Men e do especial Terra-2 (publicado em Superman Premium # 1, da Abril).
Grandes expectativas, porém, podem gerar decepções imensas. Definitivamente, não é o caso de Grandes Astros - Superman. Ainda bem.
Morrison começou uma das melhores histórias do Homem de Aço. Os quatro primeiros quadros, com uma absolutamente sintética versão da origem do personagem, dão o recado: Superman é o maior herói de todos os tempos, um mito universal cuja trajetória jamais precisa ser recapitulada. Ele é a última esperança de um planeta condenado, filho de cientistas desesperados, adotado por um casal de fazendeiros bondosos.
A página seguinte, dupla, com arte irretocável de Quitely, acaba de definir o personagem: um ser tão poderoso que é capaz de voar até o sol com a majestade de um deus.
Em seguida, o poderio do personagem é posto à prova em um combate espetacular nos limites de uma estrela, numa região de seis mil graus.
Mas, nas páginas seguintes, uma armadilha de seu algoz, Lex Luthor, joga tudo abaixo. E a grandeza de um ser imortal, capaz de fazer praticamente qualquer coisa, é ameaçada justamente por aquilo que o torna tão poderoso.
Morrison mostra saber com quem está lidando. Não é apenas um super-herói, como seus X-Men. Ele está escrevendo sobre um mito - e Quitely entende perfeitamente o que está se passando ao desenhar.
É um começo emocionante e empolgante, um daqueles momentos raros de se ver nos quadrinhos de super-heróis.
Fonte: Universo HQ
3 comentários:
Um classico, Morrison e Quitely mandaram muito bem nessa, não tem como não associar esse Klark Kent com Cristopher Reeves.
Lembro de ter lido Homem-Animal na época, é um dos meus heróis favoritos.
O Batman AllStar ainda não acabou?
O Frank Miller enrolou demais e disse agora q a história vai continuar com um All Star Robin (wtf?)
Homem-Animal dará as caras por aqui algum dia ;)
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